dezembro 18, 2010

Evolução

Estes últimos dias do ano são ótimos para aqueles que, como eu, adoram se perder em idéias, planos, balanços, do que foi o ano quase passado e do que será o ano que vem pela frente. Pela primeira vez, tenho certeza de que cheguei a uma nova etapa da minha vida. Afinal, termino este ano com a notícia de que serei mãe. De certa forma, nada pode ser mais inédito, surpreendente e desafiador.
Sem saber se já evoluí o bastante para isso, me sinto totalmente feliz com a idéia. E quando falo em evolução, não quero dizer se biologicamente estou pronta. Na verdade, a evolução a que me refiro remete ao plano espiritual, das idéias, das doações, das renúncias que toda mãe faz. Pela primeira vez na vida, vou amar alguém mais do que a mim mesma. Acho até que já amo. Namoro a minha barriga todos dias, imagino seu rosto, suas risadas, seus choros. Será que já evoluí o bastante para me doar desta forma?  
Grandes mudanças estão chegando, pouco a pouco. Tem dias em que eu me assusto, tem dias em que me emociono. Não sei como serão os próximos sete meses, mas rezo para que dê tudo certo, e que meu filhinho (ou filhinha) nasça com muita saúde, bondade, e amor no coração. Luto contra o medo, porque me disseram que tudo o que eu sinto, o bebê já sente e a insegurança é nossa maior inimiga agora. Realmente, ser mãe é padecer no paraíso. Se antes, eu já era sonhadora e idealista, hoje sou mil vezes mais. Quero um mundo muito, mas muito, melhor. Um mundo merecedor dessa criança que vai ser a minha vida.
Mais do que nunca, peço aos céus que as pessoas sejam mais sábias, que caminhem mais de mãos dadas em vez de atropelando o próximo, que percam crueldade e ganhem compaixão, que evoluam. Também eu tenho que melhorar muito para merecer quem já está dentro de mim. Quero que ele me ame, e que sinta orgulho da mãe. Não mudo mais por mim, agora eu tento me livrar dos meus defeitos por ele. Vale muito mais a pena.