janeiro 29, 2013


Foi como uma linha cruzada. A tua interferência na minha vida, a tua aparição. Não poderias escolher um momento melhor ou pior. Foi o nosso momento. Sem intenção, sem planejamento, sem dissimulação e a minha cabeça parou. Ouvi vozes que pareciam não acreditar  no que estava acontecendo. Sim, eu gostei dessa confusão. Gostei mais ainda de me perder. Porque quase nunca me solto e, de repente, não apenas me livro da  balbúrdia  e do aturdimento dentro da minha cabeça como corro em direção àquela voz que era a única que me importava: a tua.   

Passei o domingo inteiro pensando numa maneira bem louca de te ver de novo. Sim, porque te ver de novo era loucura. Era querer loucura. Não consegui nada além de organizar algumas coisas: 1)   Quero viver essa aventura; 2) Preciso me libertar do resto; 3) Preciso te fazer bem; 4) Preciso cuidar da minha família; 5) Precisamos...

O celular (aliás, preciso de um novo, também) foi a primeira coisa que olhei, assim que acordei, assim que o primeiro pensamento do meu dia foi ouvir tua voz. Eu levantava, mas ainda não havia acordado. O meu dia começa depois que eu te vejo. Tomei um banho e fui, no piloto-automático, resolver minha terça-feira. É claro que eu sorri algumas vezes, pelo caminho, porque só o meu corpo caminhava pra faculdade, a minha cabeça... há  uns 18 dias já não fica no lugar. Os meus ouvidos só ouvem direitinho quando és tu quem fala. 

Passei a mão no cabelo. Quis que fosse o teu cabelo. Era o meu. Quis que fosse a tua mão. Era a minha. E  era a primeira vez, em toda a minha vida, que eu desejava um carinho nos meus cabelos. Sorri de novo, porque esse sempre foi um dos poucos carinhos dos quais nunca gostei.

Todos os nossos dias juntos foram um pouco desesperados. Fico pensando o que isso pode significar pra mim, nessa fase tumultuada da minha vida. Penso só um pouco, porque na verdade mesmo, nem ligo. Mesmo sem saber o que acontecerá conosco, eu sei que, hoje, quando acordo, quando abro os olhos de manhã é você quem eu quero ver.          (ao meu lado)   








janeiro 24, 2013

Gosto demais de você. Gosto porque, com você, não me importo com os outros. E você sempre se importa comigo. Esse teu jeito de se colocar contra a chuva só pra me proteger, esse teu jeito cuidadoso que, de tanto cuidar da gente, eu cheguei um dia a dizer que não tinha lógica. É claro que tinha.  Esse teu jeito de dizer que é daqui pra melhor e que é pra eu não me preocupar. É como eu digo: Gosto demais de você. De saber que esperas pelos meus textos, mas não esperas pra tirar minha roupa. De perceber que vais, aos poucos, te acostumando comigo. Gosto de deitar à noite, na cama, e te ter ali, perto-longe, no celular. Tem um quê de novidade, encantamento e paixão em você. Como seria possível não gostar? Gosto de ficar esperando a chuva passar e, enquanto tiras a camisa molhada, rir de todos que passam e imaginam o que estamos fazendo dentro do carro. Gosto de quando me chamas de "bebê" e perguntas se dormi bem. Tenho vontade de te preparar um almoço, te levar pro trabalho, te dar uma flor. De te receber no portão, escutar o teu dia, segurar tua mão. Ando falando coisas sem sentido, mas cheias de sentimento, graças a você. Gosto do jeito como somos diferentes. Mas realmente adoro como somos parecidos em algumas coisas. Confio que você se preocupa comigo da mesma maneira que cuido de você. Desse jeito, ficamos, os dois, felizes. Desse jeito, confio que você sempre estará lá me protegendo da chuva. Pra depois ficar com meu cheiro. Pra me conquistar de vez.  




janeiro 22, 2013

Velha e Louca

Pode falar que eu não ligo. Agora, amigo, eu tô em outra. Eu tô ficando velha, eu tô ficando louca. Pode avisar que eu não vou, eu tô na estrada, eu nunca sei da hora, eu nunca sei de nada. Nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho que hoje eu passei batom vermelho. Eu tenho tido a alegria como dom, em cada canto eu vejo o lado bom. Pode falar que eu nem ligo, agora eu sigo o meu nariz,respiro fundo e canto, mesmo que um tanto rouca. Pode falar, não me importa, o que tenho de torta, eu tenho de feliz. Eu vou cambaleando, de perna bamba e solta. (M.Magalhães)


janeiro 15, 2013

Primavera chegou...


Em algum momento, o controle me escapou. Não adianta tentar ser racional se você é uma criatura loucamente passional e impulsiva. Sim, esta sou eu. Não sei desde quando ou se vou ser assim pra sempre, justamente porque sou assim. Penso no passado, no futuro, mas o presente é o que me importa. O momento. O impulso. A entrega.

O meu cheiro ficou em ti – ainda bem – porque eu mesma não queria te deixar. Pus as mãos em ti, já era. E eu poderia falar que pus no sentido mais amplo do verbo, no sentido de que quero te prender, te agarrar e não te soltar mais. Mas não é isso. Ainda não. É só a literalidade da palavra que eu quero. Pus as mãos mesmo, abracei, beijei, só não apertei mais porque não deu tempo. Certifiquei-me de que eras do meu agrado. Mais que isso: procurei provar pra mim mesma que não tenho realmente algo de ruim vindo de ti. E isso é tão bom!

E se tivesses me afastado?


Bom, ainda corro esse risco. Quero crer que também existe algo dentro de mim que te agrada. Já conseguiste até me ver de uma maneira que eu mesma acho que nunca tinha sido vista, e quando comprovas isso, rindo de alguma bobagem que eu falei, que na hora nem achei tão engraçada, e então eu te olho e estás realmente rindo, sabe como é? Eu rio por dentro. Tenho vontade de pausar nossas conversas às vezes. Uma coisa boa como essa não acontece o tempo todo na minha vida. Uma pessoa boa como eu sei e confio que tu sejas eu já pensei que nem existia mais. Não aquele homem manipulador, expert em iludir corações desolados. Não aquele cara cheio de manha, de lábia, papo furado e cantada barata. Isso não funciona comigo, pode apostar. E eu nunca poderia dizer essas coisas de ti. Não é assim que vens me conquistando. Eu não gosto de perder o controle de nada, mas contigo eu perdi. E adorei. Isso deve significar alguma coisa. Então, eu até tento dominar a coisa toda. Mas confesso que ficar horas do teu lado, despreocupadamente, só colocando as mãos em ti (opa!), me faz esquecer metade dos meus problemas, promessas, preocupações e até a minha mania de me preservar. Aí eu me desarmo, me solto. Porque de alguma maneira consegues fazer isso comigo.  Achei, assumo, que o teu interesse fosse novo, que de alguma forma eu era mais uma. Bonitinha, legalzinha, mas só mais uma. Mas não. Tu me falas que o interesse não é de agora, que eu sou especial. E até inteligente! E engraçada! Que máximo! Ok, resolvi acreditar. Quando quiseres me afastar, terás um problema daqueles!  Me entreguei, viu? Tenho visto a vida cor-de-rosa ultimamente. E não é de hoje que eu adoro essa cor.