janeiro 15, 2013

Primavera chegou...


Em algum momento, o controle me escapou. Não adianta tentar ser racional se você é uma criatura loucamente passional e impulsiva. Sim, esta sou eu. Não sei desde quando ou se vou ser assim pra sempre, justamente porque sou assim. Penso no passado, no futuro, mas o presente é o que me importa. O momento. O impulso. A entrega.

O meu cheiro ficou em ti – ainda bem – porque eu mesma não queria te deixar. Pus as mãos em ti, já era. E eu poderia falar que pus no sentido mais amplo do verbo, no sentido de que quero te prender, te agarrar e não te soltar mais. Mas não é isso. Ainda não. É só a literalidade da palavra que eu quero. Pus as mãos mesmo, abracei, beijei, só não apertei mais porque não deu tempo. Certifiquei-me de que eras do meu agrado. Mais que isso: procurei provar pra mim mesma que não tenho realmente algo de ruim vindo de ti. E isso é tão bom!

E se tivesses me afastado?


Bom, ainda corro esse risco. Quero crer que também existe algo dentro de mim que te agrada. Já conseguiste até me ver de uma maneira que eu mesma acho que nunca tinha sido vista, e quando comprovas isso, rindo de alguma bobagem que eu falei, que na hora nem achei tão engraçada, e então eu te olho e estás realmente rindo, sabe como é? Eu rio por dentro. Tenho vontade de pausar nossas conversas às vezes. Uma coisa boa como essa não acontece o tempo todo na minha vida. Uma pessoa boa como eu sei e confio que tu sejas eu já pensei que nem existia mais. Não aquele homem manipulador, expert em iludir corações desolados. Não aquele cara cheio de manha, de lábia, papo furado e cantada barata. Isso não funciona comigo, pode apostar. E eu nunca poderia dizer essas coisas de ti. Não é assim que vens me conquistando. Eu não gosto de perder o controle de nada, mas contigo eu perdi. E adorei. Isso deve significar alguma coisa. Então, eu até tento dominar a coisa toda. Mas confesso que ficar horas do teu lado, despreocupadamente, só colocando as mãos em ti (opa!), me faz esquecer metade dos meus problemas, promessas, preocupações e até a minha mania de me preservar. Aí eu me desarmo, me solto. Porque de alguma maneira consegues fazer isso comigo.  Achei, assumo, que o teu interesse fosse novo, que de alguma forma eu era mais uma. Bonitinha, legalzinha, mas só mais uma. Mas não. Tu me falas que o interesse não é de agora, que eu sou especial. E até inteligente! E engraçada! Que máximo! Ok, resolvi acreditar. Quando quiseres me afastar, terás um problema daqueles!  Me entreguei, viu? Tenho visto a vida cor-de-rosa ultimamente. E não é de hoje que eu adoro essa cor.

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