janeiro 30, 2012

Motivo

Sofro de um frio permanente, um frio de saudade, um frio que percorre o meu corpo, os meus dedos e me deixa tremendo. Vou pousando os dedos no teclado, acelerando a cada palavra. Serei sorrateira, nenhum ruído farei. Ninguém vai perceber que eu tremo por dentro, que meu coração me sacode silenciosamente, que eu sou um vulcão em erupção e que o terremoto dentro do meu peito ultrapassa todos os limites de todas as escalas, ultrapassa o limite do que seria certo, do que seria sensato, do que seria justo comigo mesma. Noite adentro e eu aqui, esperando um telefonema, uma notícia, um carinho. Já não sei o que é certo, errado, feio ou bonito. Hoje em dia, eu só sei o que é ser livre, e o que é a liberdade num mundo em que ninguém é, nem nunca será, totalmente libertado. Minhas poucas convicções de vida dizem respeito à liberdade de amar, de sentir e sonhar. E eu vou vivendo e te amando, sentindo saudade e sonhando em ter de volta aquele abraço que me deste, aquele beijo que roubaste, aquela promessa que fizeste. E que sejas motivo de todos os meus sorrisos, todas as minhas alegrias. E que sejas companheiro pra quando eu quiser um colo, pra quando eu quiser consolo. E que eu seja o sol das tuas manhãs, e o brilho das tuas noites. E que eu seja tudo o que sempre quiseste de mim. E que me queiras pra sempre, pro que quer que seja. E que deixemos de falar, prometer, esperar e comecemos a viver nosso lindo sonho de amor. Às vezes é chato só sentir a tremedeira nas pernas, a boca seca, as mãos suando, o peito acelerado. Quero deixar de ser terremoto e ser terra firme, teu porto seguro.

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