agosto 13, 2012

Você

"I don´t wanna miss one smile
I don´t wanna miss one kiss
Well, I just wanna be with you
Right here with you, just like this
I just wanna hold you close
Feel your heart so close to mine
And stay here in this moment
For all the rest of time"




Eu nunca te perguntei muito, mas você nunca me respondeu. Nunca me escreveu uma carta, nunca perdeu muito tempo comigo. E isso só foi ficando mais evidente a cada dia, a cada noite solitária que me obrigava a aceitar que você já não me queria mais. Eu não quero jogar em você tudo o que eu tenho vontade de falar quando você simplesmente aparece, como se nada tivesse acontecido, como se ainda fôssemos os mesmos, como se já não tivéssemos nos amado. Eu não quero te lembrar que eu sou sua, eu não quero reivindicar a sua posse. Gostaria que VOCÊ fizesse isso. Gostaria que você me roubasse de todos e levasse consigo.  Mas agora, pra variar, é exatamente isso que eu vou fazer.
 Eu abro a porta da minha casa, e você entra. Eu olho pra você e você olha de volta. Você, lindo, sedutor, travesso. Não traz nada pra mim, exceto algo que eu jamais senti antes. E aí você vem e coloca dentro de mim uma paixão louca, arrebatadora, proibida. Não foi preciso flor, nem declaração de amor. Não foi preciso nada mais sério que “amanhã te ligo”, não foi preciso nem mesmo que eu me convencesse, porque no fundo, lá no fundo, eu sabia que aconteceria e eu queria que acontecesse. Em algum momento, eu digo que tenho medo de me apaixonar. Mal sabia você que eu já estava apaixonada.  
A minha vontade é assumir a situação e te colocar contra a parede (no bom sentido) e dizer, com toda a pieguice inevitável, que eu te quero só pra mim. Mas eu não faço isso, porque você deixou muito claro pra mim os limites do meu território, então eu respeito. A minha cama tem o teu cheiro agora, e mesmo sem querer, você entrou na minha vida de maneira permanente. Vou separar uma gaveta pra você, amor. Vou preparar o teu jantar.  Vou te esquentar contra o frio do ar condicionado. Vou engolir meus ciúmes toda vez que alguém me provocar. E vou fazer tão bem feito que você nem vai perceber que, por dentro, eu to morrendo de medo que você me deixe. 
Já te falei, os homens gostam das mulheres insensíveis. Vou ser a mulher que você quiser, sem te deixar perceber que vou ser eu mesma. Vou ser tua, de corpo e alma. A vida é mesmo muito doida. Eu conheço você há mais de 10 anos, e você me conhece. Comentamos isso, não foi? Eu, cá com meus botões, cheguei a conclusão de que eu não teria me apaixonado pelo você de antes, porque eu não saberia de muitas coisas que sei hoje. Hoje eu sei que a gente pode gostar de qualquer um, e sinceramente Amor, não é minha culpa o que eu sinto por você. Hoje eu sei que a nossa vida será (será?) bem mais difícil do que seria antes. Mas eu também sei que hoje eu aprendi a lutar pelo que eu quero.
Mas as vezes, não nego, tenho me atormentado com os nossos problemas. Há noites que eu fico deprimida, esperando uma mensagem, uma ligação. Nada. Há noites que eu até fico feliz pela tua ausência, porque sei que se você me desprezar, não vou ter outra escolha senão te esquecer e desistir de ti. Esse é o lado bom que venho procurando. Ah, Amor eu não sei o que esperar de você. Já entendi que hoje, na tua vida, não tem espaço pra mim. Se eu entendi errado, bom, tá na hora de você corrigir. Se eu entendi pela metade, que tal você me explicar direito? Agora, se é isso mesmo, acaba com essa tortura e me fala de uma vez. O meu maior medo é jamais sentir com alguém o que eu senti contigo, nos dois dias em que realmente passamos juntos.  Sinto tua falta, Amor. Mas se você não sente a minha, tudo bem. Eu já sabia que isso poderia acontecer. Se eu tive coragem de arriscar, a única responsável fui eu. Se eu fui tola e criei ilusões, não se preocupa, meu bem, não vou, de maneira nenhuma, culpar você por isso. 
Poderíamos ter mais cinquenta encontros inesperados e apaixonantes como tivemos, eu teria me apaixonado por você em todos eles. Eu me apaixonei por você naquele sábado, por volta das cinco e meia da manhã, quando terminei de ler aquela mensagem. Foi assim, fácil, fácil. As vezes eu penso o que você pensa de mim, e se não me quer mais porque de repente eu fui, como nós dois sabemos, fácil demais. Desculpa, Amor. Eu não gosto de joguinhos. Simplesmente não pude te dizer não, ou te fazer esperar à toa. Não quis dizer não. Eu preferi arriscar. Eu sou corajosa, sabe? É uma das minhas qualidades. Mas eu também sei perder. E sou forte. Mais do que você imagina. Ou então eu já teria enlouquecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário