março 14, 2011

Nega

Nega o teu amor, nega o ardor com o qual disseste aquelas lindas palavras, nega que pensa nisso tanto quanto eu, nega que te dói não ser mais meu, eu sei que todas as rosas têm o meu perfume e que cada pétala arrancada num mal-me-quer te aflige, mas é a verdade: eu nego que a vida passa e que tu não passas, que a saudade fica, mas não diminui um só dia. Nega-me, nego-te e a gente vê quem nega melhor e finge melhor todas as negações latentes, grudadas e arraizadas em nosso amor. Nega, nega... Um dia eu não nego teu lugar a outro qualquer, que me mostre que a felicidade existe, que preencha o teu lugar e que diga sim ao meu amor. Nega, nega... Um dia o não vira sim e me esqueces de fato. Não é verdade que tudo tem começo, meio e fim. Tu foste meu começo, e eu o teu meio, mas o fim... esse não existe. Eu nego! Tudo começou bem grande e se terminar, terminará ainda maior, então não terminará. E enquanto existir tanta dor, tanto amor, tanta saudade, aí é que eu nego mesmo. E eu nego até a morte, e tu morres negando.

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