abril 06, 2011

Confissão

Num espaço onde as palavras são desnecessárias e até desprezíveis, numa quarta de manhã tão igual a qualquer outra, em uma sala fechada que protege do sol de sempre, lá de fora, eu confesso que tenho saudades. Recorro ao remédio de sempre, tão ineficaz como sempre, que é o vazio de escrever o que se sente. Amor dói, né? Saudade arde. Cada parte do meu corpo não quer mais nada a não ser se entregar. Que mil e uma noites eu tivesse, morreria feliz no final. Morrer talvez seja o único remédio eficaz. Que muitas coincidências me levem até você, que a sorte te traga pra mim, que os acasos sejam sempre pra nos encontrarmos! Quanto tempo faz? Adoro te sentir perto de mim, mesmo que estejas longe. Certas coisas, na rotina, me trazem essa sensação. Não importa que seja uma sensação ilusória, eu adoro. O telefone que está sempre à espera, o computador que não dá notícias, os assuntos que costumávamos debater e isso pra não falar do nosso amor que era tão puro e perfeito. A liberdade, as manhãs, e até uma certa cor me remetem a um passado não muito distante, e muito recente em meus sonhos. Viver é isso, afinal de contas. Sentir saudades só prova que eu já vivi muitas coisas felizes na minha vida, e que fizeste parte de muitas delas. Ainda estás aqui dentro do meu peito e não sei por quanto tempo assim será, mas se quiseres voltar com certeza nada será como antes. Lembrar e reviver são verbos muito distantes. Te perder de vista não é bom, mas talvez não caiba a mim te buscar. Tua presença significa muitas coisas, nem sempre boas. Sobretudo um amor que eu demorei, mas confessei ser amor para sempre.

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