novembro 03, 2010

Eu Quero!



"Mathew me levou, então, em uma visita guiada pela casa – o ostensivo saguão de entrada com o gongo chinês (“O Espelho do Morto”), o baú com fecho de bronze (“O Mistério do Baú Espanhol”) e os impressionantes retratos de família (O Natal de Poirot); uma despretensiosa coleção de equipamentos de esporte no canto sob a escada tinha, imagino, um taco de golfe para canhotos (“Assassinato no Beco”) algumas raquetes de tênis (Hora Zero ou, menos morbidamente, Um Gato entre os Pombos) e um inocente bastão de críquete. Na sala de estar havia um grande piano (Um Passe de Mágica) e uma porta que se recusava a ficar aberta se não estivesse presa por um calço (Convite para um Homicídio); na mesinha de porcelana repousava o conjunto de imagens de Arlequim que inspiraram O Misterioso Mr. Quin. A janela por trás do piano foi de onde Hercule Poirot desceu lentamente após o chá da tarde em A Extravagância do Morto.
No andar de cima, depois de subir por uma tortuosa escada de madeira, estavam os banheiros ainda com os nomes das crianças refugiadas (Punição para a Inocência) da Segunda Guerra Mundial, escritos em etiquetas coladas nas prateleiras, enquanto a estante tinha os exemplares autografados de alguns amigos e autores da época (“Para Agatha, com emoção – Ngaio Marsh”)." 

                                   Trecho da Introdução de "Os Diários Secretos de Agatha Christie"

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