outubro 26, 2010

Estradas Vazias

Como sou feliz, eu quero ver feliz quem andar comigo... Vem?


Ontem

Caminhei por uma trilha comprida e solitária, já que o vento não era ninguém e, ainda assim, era o único a me fazer companhia. Até que parei. À minha frente, a trilha estreita se bifurcava. Como se fizesse parte do meu corpo, meu companheiro puxou-me para um dos lados. Não hesitei. Me entreguei à sua vontade sem olhar para o que havia ficado pra trás, pois não havia beleza nenhuma ali. Meu novo caminho era frio, e esse frio me entranhava o corpo todo. Doíam minhas costelas, tremiam meus braços e pernas e mãos e pés.

Hoje

Continuo percorrendo meu caminho solitário. Hoje eu vejo carros, luzes, pessoas, mas me sinto tão só quanto ontem. Quando chove, a sensação dentro de mim é um vulcão. Um vulcão em fase pré-erupção. Querendo queimar com seu rio de fogo tudo que há pela frente. Mas a estrada é vazia. Não há nada mais desconcertante que ser contraditória. Nada mais humano que se sentir um a mais no meio de tantos.

Sempre

O vento me empurra, bate, me joga. A chuva me queima, corta, rasga. Quantos caminhos ainda me restam? Sou rio, sou vulcão. Sou só, sou multidão.

2 comentários:

  1. A cada parágrafo absorvido e a cada texto lido me impressiono cada vez mais. Parabéns! Tens talento pra dar e vender...

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  2. Parabéns,impressionada com as tuas palavras *-*

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